A escoliose na infância é uma condição que afeta a curvatura da coluna vertebral, podendo ter um impacto significativo na saúde e qualidade de vida das crianças e adolescentes.
Neste post, abordaremos o que é a escoliose, como identificá-la precocemente e a importância do diagnóstico e tratamento adequados.
O que é a escoliose na infância?
Escoliose consiste em uma curvatura anormal da coluna vertebral que pode se desenvolver durante qualquer período da vida. A forma mais comum é a escoliose idiopática, que geralmente se manifesta entre os 10 e 15 anos. Essa condição pode ser classificada em diferentes tipos:
Escoliose congênita: resulta de malformações na coluna que ocorrem durante o desenvolvimento fetal.
Escoliose neuromuscular: associada a condições neurológicas ou musculares, como paralisia cerebral.
Escoliose idiopática: a causa é multifatorial e é a mais comum entre crianças e adolescentes.
A curvatura pode variar de leve a grave e, se não tratada, pode levar a complicações, como dor e problemas respiratórios, além do impacto emocional.
Sinais e Sintomas da Escoliose na infância
Identificar a escoliose precocemente é crucial. Os pais devem estar atentos a sinais como:
– Ombros desiguais: um ombro pode parecer mais alto que o outro.
– Projeção da escápula: um lado da escápula pode se destacar mais que o outro.
– Desvio da linha da cintura: a cintura pode parecer desalinhada.
– Dor nas costas: embora nem todas as crianças com escoliose sintam dor, esse pode ser um sinal de alarme.
Se notar qualquer um desses sintomas, é fundamental buscar a avaliação de um especialista.
Graus de escoliose
Os graus da escoliose são medidos pelo Ângulo de Cobb, que é o padrão internacional para avaliar a curvatura da coluna:
Escoliose leve:
- Ângulo entre 10° e 20°
- Geralmente requer apenas observação e acompanhamento médico
- Pode ser tratada com fisioterapia
Escoliose moderada:
- Ângulo entre 20° e 40°
- Necessita de tratamento mais intensivo
- Normalmente requer uso de colete ortopédico
- Fisioterapia é fundamental
Escoliose Grave:
- Ângulo acima de 40°-50°
- Normalmente requer intervenção cirúrgica
- Risco de comprometer funções respiratórias e cardíacas
- Acompanhamento médico frequente é essencial
Fatores importantes a considerar ao classificar o grau de escoliose de uma criança:
- A idade da criança
- A velocidade de progressão da curva
- A localização da curvatura
- O potencial de crescimento restante
Diagnóstico precoce da escoliose na infância: por que é tão importante?
O diagnóstico precoce da escoliose infantil é essencial para garantir um tratamento eficaz. Quanto mais cedo a condição for identificada, maiores são as chances do tratamento ser bem-sucedido e de minimizar complicações futuras.
Benefícios do diagnóstico precoce
Tratamento eficaz: intervenções precoces, como o uso de coletes ortopédicos, podem evitar que a curvatura progrida, evitando a necessidade de cirurgias mais invasivas no futuro.
Acompanhamento contínuo: com um diagnóstico precoce, o médico pode acompanhar a progressão da condição e ajustar o tratamento conforme necessário.
Qualidade de Vida: o tratamento adequado pode melhorar a qualidade de vida da criança, minimizando dor e desconforto.
Tratamento: conheça as opções
Após o diagnóstico, o tratamento da escoliose infantil pode variar de acordo com a gravidade da curvatura e a idade da criança. Algumas das opções incluem:
Observação: em casos leves, pode ser suficiente monitorar a condição regularmente.
- Uso de Coletes: em crianças com curvas moderadas e potencial de crescimento, o uso de coletes ortopédicos pode ser recomendado para prevenir a progressão da curvatura.
- Fisioterapia: exercícios específicos podem ajudar a melhorar a postura e a força muscular.
- Cirurgia: em casos graves, a cirurgia pode ser necessária para corrigir a curvatura e estabilizar a coluna.
Como é a cirurgia para escoliose na infância?
A cirurgia de escoliose infantil é um procedimento complexo que requer um planejamento cuidadoso.
O primeiro passo é uma consulta pré-operatória detalhada com o neurocirurgião pediátrico que vai solicitar a realização de exames de imagem como raio-X e ressonância magnética, além da avaliação da maturidade óssea, do grau da curvatura e análise da condição cardiopulmonar.
O procedimento cirúrgico é realizado sob anestesia geral. Uma incisão é feita nas costas para expor a coluna, utilizando parafusos, ganchos e/ou hastes para corrigir a curvatura além do uso de enxerto ósseo para fusão vertebral.
Em se tratando de crianças, existem técnicas específicas como o uso de hastes de crescimento que podem ser ajustadas conforme a criança cresce.
Existem também abordagens menos invasivas, sempre visando preservar o potencial de crescimento quando viável, guiadas por neuronavegação e monitorização dos nervos e da medula espinhal.
Pós-operatório
A recuperação envolve internação hospitalar de 4-7 dias em média, com início precoce de fisioterapia, retorno gradual às atividades e acompanhamento regular com neurocirurgião.
Os cuidados pós-operatórios incluem controle da dor, cuidados com a cicatriz e restrição de algumas atividades físicas de mais esforço. É importante ressaltar que cada caso é único e o planejamento cirúrgico é individualizado, levando em consideração fatores como idade da criança, grau da curvatura, localização das curvas e potencial de crescimento restante.
Com o avanço das técnicas de neurocirurgia pediátrica e a utilização de tecnologia de ponta, é possível oferecer procedimentos menos invasivos, o que proporciona um caminho mais tranquilo para a recuperação.
Se você suspeita que seu filho possa ter escoliose ou se notar qualquer sinal de alerta, não hesite em buscar uma avaliação especializada. Lembre-se de que a atenção precoce pode fazer toda a diferença no desenvolvimento e qualidade de vida da sua criança.
Estou à disposição para ajudar e esclarecer quaisquer dúvidas. Juntos, podemos garantir o melhor cuidado para o seu pequeno.
Agende uma consulta para uma avaliação adequada.