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Cirurgia para epilepsia: os tipos e indicações

cirurgia para epilepsia

A epilepsia é uma condição neurológica que afeta cerca de 50 milhões de indivíduos em todo o mundo, sendo que metade desses casos se iniciou na infância. Embora a maioria dos pacientes seja tratada com medicamentos antiepilépticos, algumas formas da doença classificadas como epilepsia refratária, podem não responder aos tratamentos convencionais. Para essas pessoas, a cirurgia para epilepsia pode ser uma opção eficaz. 

Neste artigo, falarei em detalhes sobre os tipos de cirurgia para epilepsia, suas indicações e o que esperar durante o processo de recuperação.

Quando a cirurgia para epilepsia é indicada?

A cirurgia para epilepsia é indicada em casos específicos, principalmente quando as crises epilépticas não são controladas por medicamentos. Essa condição, conhecida como epilepsia refratária, ocorre em cerca de 30% dos pacientes epilépticos. A decisão de optar pela cirurgia, porém, depende dos seguintes fatores:

Diagnóstico preciso: 

Confirmação de que o paciente tem epilepsia e não outra condição que simule crises.

Origem identificável das crises:

 Identificar a área do cérebro onde as crises se originam, conhecida como foco epiléptico.

Impacto na qualidade de vida:

 Quando as crises comprometem gravemente o desenvolvimento, o aprendizado ou a interação social.

Risco-benefício positivo: 

A cirurgia é considerada quando os benefícios esperados superam os riscos.

Para determinar se a cirurgia é a melhor opção, os médicos realizam uma avaliação abrangente, incluindo exames como eletroencefalograma (EEG), ressonância magnética (RM) e monitoramento prolongado de vídeo-EEG.

Tipos de cirurgia para epilepsia

Existem diferentes tipos de cirurgias para epilepsia, cada uma indicada para situações específicas. A seguir, detalhamos as principais abordagens cirúrgicas, como são realizadas e em quais casos são indicadas.

 Ressecção Focal

O que é?

Consiste na remoção da área do cérebro responsável pelas crises epilépticas. São usados o eletroencefalograma intraoperatório e a neuronavegação para maior precisão. 

Quando é indicada?

Para pacientes com crises focais, originadas de uma área bem definida do cérebro, como o lobo temporal.

Como é realizada?

Durante a cirurgia de ressecção focal, o neurocirurgião utiliza exames pré-operatórios para localizar com precisão o foco epiléptico. Após a remoção da área afetada, o restante do tecido cerebral saudável é preservado.

Como é a recuperação?

 A hospitalização geralmente dura alguns dias, e a recuperação completa pode levar algumas semanas. 80% dos pacientes experimentam uma redução significativa ou até eliminação das crises.

 Hemisferectomia

O que é? 

Remoção ou desconexão de um dos hemisférios cerebrais.

Quando é indicada?

 Casos graves, como encefalite de Rasmussen, paralisia cerebral grave ou malformações congênitas que afetam um hemisfério do cérebro.

Como é realizada?

Pode ser uma hemisferectomia anatômica (remoção de tecido) ou funcional (desconexão das áreas do hemisfério sem removê-las fisicamente). A cirurgia é cuidadosamente planejada para preservar funções essenciais, como a fala e o controle motor. A ressonância magnética funcional é essencial e mapeia as funções de cada área para reduzir os riscos. 

Como é a recuperação?

 A reabilitação intensiva é necessária, especialmente para ajudar o paciente a compensar as funções afetadas. Apesar da complexidade, muitas crianças se adaptam surpreendentemente bem sem sequelas e apresentam melhora significativa na qualidade de vida.

 Calosotomia 

O que é?

Cirurgia que desconecta o corpo caloso, estrutura que liga os dois hemisférios do cérebro.

Quando é indicada?

 Indicada para crises generalizadas graves, principalmente as atônicas (quedas súbitas).

Como é realizada?

 O neurocirurgião desconecta parcialmente ou completamente o corpo caloso para impedir a propagação das crises entre os hemisférios.

Como é a recuperação?

 A recuperação é relativamente rápida em comparação com outras cirurgias. Os pacientes geralmente permanecem hospitalizados por alguns dias e podem retomar atividades normais em semanas.

Estimulação cerebral profunda (DBS)

O que é? 

Implantação de eletrodos no cérebro para emitir pulsos elétricos e reduzir a atividade epiléptica.

Quando é indicada?

 Pacientes com crises refratárias que não têm um foco epiléptico definido ou para quem outras cirurgias não são viáveis.

Como é realizada?

 O procedimento envolve a colocação de eletrodos em áreas específicas do cérebro, conectados a um dispositivo semelhante a um marca-passo.

Como é a recuperação?

 A recuperação é rápida, e o dispositivo pode ser ajustado após a cirurgia para otimizar os resultados.

 Estimulação do Nervo Vago (VNS)

O que é?

Um pequeno dispositivo é implantado no tórax para estimular o nervo vago, que ajuda a controlar as crises.

Quando é indicada?

 Pacientes com epilepsia multifocal refratária ou que não são candidatos ideais para cirurgias cerebrais.

Como é realizada?

 O dispositivo é implantado cirurgicamente e programado para enviar estímulos ao nervo vago em intervalos regulares.

Como é a recuperação?

 A cirurgia é simples, e a maioria dos pacientes retorna às atividades normais em poucos dias.

Recuperação após a cirurgia para epilepsia

A recuperação depende do tipo de cirurgia realizada, mas algumas etapas são comuns a todas:

Cuidados imediatos: 

Monitoramento em unidade de terapia intensiva (UTI) por uma noite pode ser necessário para garantir a estabilidade do paciente.

Reabilitação: 

Em casos de cirurgias maiores, como hemisferectomia, a fisioterapia e a terapia ocupacional ajudam na readaptação.

Acompanhamento médico:

 Consultas regulares para monitorar a cicatrização, ajustar medicações e avaliar o controle das crises.

É importante que os pais ou cuidadores mantenham um diálogo constante com a equipe médica durante todo o processo de recuperação.

Cirurgia para epilepsia: quando procurar um neurocirurgião pediátrico?

Se o seu filho sofre de epilepsia e as crises não estão sendo controladas adequadamente por medicamentos, é essencial buscar avaliação especializada. O diagnóstico correto e a análise das opções de tratamento são fundamentais para melhorar a qualidade de vida da criança.


Entre em contato e agende uma consulta. Juntos, podemos traçar o melhor plano de tratamento para garantir o futuro mais saudável e pleno possível para o seu filho!

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