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Cirurgia de medula ancorada ou presa: como é feita?

cirurgia de medula ancorada

A cirurgia de medula ancorada, também conhecida como cirurgia de medula presa, é um procedimento delicado que deve ser realizado por um neurocirurgião pediátrico. Essa condição é, na maioria dos casos, congênita, podendo ser identificada através de exames pré-natais ou nos primeiros anos de vida ou uma complicação tardia da cirurgia da mielomeningocele. 

O objetivo do tratamento cirúrgico é corrigir a medula espinal que está anormalmente fixada na coluna, provocando tensão excessiva e danos progressivos ao sistema nervoso. 

No texto a seguir,vou explicar em detalhes o que é medula ancorada, para quem a cirurgia é indicada, como é feita essa cirurgia, sua recuperação e os cuidados necessários após o procedimento.

O que é medula ancorada?

A medula ancorada é uma malformação em que a medula espinhal fica presa ou ancorada a estruturas da coluna vertebral, impedindo seu movimento normal. Isso pode ocorrer devido a tecido cicatricial, lipomas (depósitos de gordura), tumores ou outras anomalias congênitas. 

Os principais sintomas incluem:

  • Dores nas costas ou nas pernas;
  • Fraqueza muscular;
  • Alterações na marcha;
  • Problemas de controle da bexiga e intestinos.

Como é feito o diagnóstico para a cirurgia de medula ancorada?

O diagnóstico de medula presa envolve uma avaliação clínica detalhada e exames de imagem. O médico considerará os sintomas relatados, como dores, alterações na marcha e problemas urinários, e realizará um exame neurológico completo para identificar sinais de comprometimento do sistema nervoso.

Os exames de imagem mais utilizados incluem:

  • Ressonância Magnética (RM): é o principal exame para visualizar a medula espinhal e identificar a área de fixação.
  • Ultrassom: pode ser usado em bebês e crianças pequenas, especialmente quando há espinha bífida. 
  • Tomografia Computadorizada (TC): é indicada em alguns casos para complementar a avaliação das estruturas ósseas.

Com base nos resultados dos exames, o neurocirurgião pediátrico confirma o diagnóstico e planeja o tratamento adequado.

Para quem a cirurgia é indicada?

A cirurgia é indicada em crianças sintomáticas para evitar danos neurológicos permanentes, como fraqueza muscular, alterações na sensibilidade e perda de controle da bexiga ou intestino. 

Os sintomas costumam se apresentar em dois picos, entre 1-2 anos de idade e após a puberdade, os picos de crescimento da coluna. 

Mesmo crianças assintomáticas com diagnóstico confirmado podem precisar da cirurgia como medida preventiva, pois a ancoragem pode causar problemas graves com o crescimento da coluna.

Em adolescentes, a doença pode se manifestar durante períodos de rápido crescimento, como a puberdade.

Sintomas como dor lombar, escoliose ou dificuldades motoras são sinais de que a cirurgia pode ser necessária.

Como é feita a cirurgia de medula ancorada?

A cirurgia é realizada com o objetivo de liberar a medula espinhal da estrutura que a prende, aliviando a tensão e prevenindo danos futuros. 

Aqui está o passo-a-passo do procedimento:

  1. Avaliação pré-operatória: o neurocirurgião analisa os exames do paciente e define a abordagem cirúrgica mais segura.
  2. Anestesia geral: no dia da cirurgia, o paciente é sedado para garantir conforto e imobilidade.
  3. Posicionamento: o paciente é colocado em decúbito ventral (de barriga para baixo) para melhor acesso à coluna.
  4. Abertura cirúrgica: é feita uma incisão nas costas, na região correspondente à área de fixação.
  5. Localização da medula: com o uso de tecnologias como a monitorização neurofisiológica e dissecção microcirúrgica, o cirurgião identifica a área exata onde a medula está presa.
  6. Liberação da medula: os tecidos ou estruturas que ancoram a medula são cuidadosamente removidos ou liberados.
  7. Fechamento: os tecidos são suturados, garantindo uma cicatrização adequada.

O procedimento pode durar entre 3 e 5 horas, dependendo da complexidade.

Como é a recuperação da cirurgia?

A recuperação exige cuidados específicos para garantir o sucesso do tratamento:

  • Internação: o paciente permanece no hospital por 3 a 7 dias para monitoramento.
  • Dor e inflamação: analgésicos e anti-inflamatórios são prescritos para aliviar o desconforto.
  • Atividades: é recomendável evitar atividades que exijam esforço físico por 4 a 6 semanas.
  • Acompanhamento: consultas regulares são necessárias para avaliar a recuperação.

Quais são os cuidados pós-operatórios?

  • Higiene da ferida cirúrgica: manter o local limpo e seco, seguindo as orientações médicas.
  • Sinais de alerta: informar ao médico em caso de febre, vermelhidão ou inchaço no local da cirurgia.
  • Fisioterapia: pode ser indicada para fortalecer a musculatura e melhorar a mobilidade.

A medula ancorada tem cura?

Com a adequada liberação e reconstrução dos tecidos, o tratamento cirúrgico pode aliviar os sintomas e levar à cura, prevenir danos adicionais e melhorar a qualidade de vida. A liberação promovida pela cirurgia, pode permitir que ela recupere sua mobilidade normal e principalmente, interromper a progressão dos sintomas.

Fatores importantes:

Diagnóstico precoce: Quando a condição é tratada antes de danos permanentes aos nervos, os resultados cirúrgicos costumam ser melhores.

Sequelas permanentes: Em casos avançados, os danos neurológicos já presentes antes da cirurgia podem não ser completamente revertidos, mas o objetivo é evitar agravamentos.

Seguimento pós-operatório: Após a cirurgia, acompanhamento com exames de imagem e reabilitação pode ser necessário para monitorar a recuperação e prevenir complicações.

Acompanhamento pós-cirúrgico:

A continuidade do tratamento após a cirurgia de medula presa com uma abordagem multidisciplinar é fundamental para um bom prognóstico do paciente. 

A reabilitação é parte importante desse processo e pode incluir fisioterapia para fortalecer a musculatura, melhorar a mobilidade e prevenir rigidez. 

Em alguns casos, a terapia ocupacional é indicada para ajudar o paciente a retomar suas atividades diárias de maneira segura e eficiente. As consultas regulares com o neurocirurgião são imprescindíveis para monitorar o progresso e realizar exames de acompanhamento, como ressonância magnética, para garantir que a medula esteja livre e sem novas áreas de ancoragem.

No curto prazo, deve-se evitar traumas e atividades de alto impacto que possam comprometer os resultados da cirurgia. 

Um apoio psicológico pode ser útil para o paciente e sua família, ajudando na adaptação emocional durante o processo de recuperação.

Se o seu filho apresenta sintomas ou foi diagnosticado com medula ancorada, não espere para buscar ajuda. Entre em contato e agende uma consulta com um neurocirurgião pediátrico. Meu própósito como médico é oferecer um atendimento acolhedor e esclarecedor em todos os aspectos.

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