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Epilepsia refratária: o que é e qual o tratamento?

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A epilepsia refratária é uma forma grave de epilepsia, uma das condições neurológicas mais comuns em crianças. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo com epilepsia. De todos esses casos, metade surge ainda na infância.

 Enquanto a maioria dos pacientes de epilepsia pode ser tratada com medicamentos – o que permite que levem uma vida praticamente normal –  há casos em que as crises continuam a ocorrer, mesmo após várias tentativas de tratamento conservador. Esse cenário caracteriza a epilepsia refratária.

Neste artigo, vamos explicar o que é a epilepsia, quando ela se torna refratária, quais são os sintomas, e quais os tratamentos disponíveis, desde os conservadores até os cirúrgicos.

O que é epilepsia?

Epilepsia é uma condição neurológica crônica caracterizada por crises epilépticas recorrentes. Essas crises são descargas elétricas anormais no cérebro e podem variar em intensidade e tipo, incluindo:

  • Crises focais: afetam uma região específica do cérebro e podem causar sintomas como movimentos involuntários, sensações estranhas ou perda parcial da consciência.
  • Crises generalizadas: envolvem todo o cérebro e podem incluir perda de consciência, convulsões e rigidez muscular.

A epilepsia pode ter várias causas, como fatores genéticos, lesões cerebrais, infecções, tumores ou condições metabólicas. Em muitos casos, porém, a causa permanece desconhecida.

Quando a epilepsia se torna refratária?

A epilepsia é considerada refratária (ou de difícil controle) quando as crises continuam a ocorrer, apesar do uso correto de pelo menos dois medicamentos antiepilépticos adequados ao tipo de crise e na dose recomendada. Estima-se que cerca de 30% das pessoas com epilepsia desenvolvam essa forma resistente à medicação.

Essa condição pode ter um impacto significativo na qualidade de vida, afetando o desenvolvimento cognitivo, social e emocional, especialmente em crianças. Além disso, a epilepsia refratária aumenta o risco de complicações graves, como lesões decorrentes das crises e, em casos raros, morte súbita inesperada em epilepsia (SUDEP).

Sintomas da epilepsia refratária

Os sintomas variam conforme o tipo de crise, mas as características mais comuns incluem:

  • Convulsões frequentes e imprevisíveis.
  • Cheiros estranhos ou dor abdominal. 
  • Perda de consciência ou lapsos de atenção.
  • Movimentos involuntários, como tremores ou espasmos.
  • Sensações incomuns, como déjà vu ou alterações visuais.
  • Alterações comportamentais e dificuldades de aprendizado, frequentemente relacionadas à atividade elétrica cerebral constante.

Além disso, os pais ou cuidadores podem notar que, mesmo com o uso de medicações, as crises não diminuem em frequência ou intensidade.

Tratamento conservador 

Antes de considerar opções mais invasivas, é fundamental explorar todas as possibilidades de tratamento conservador. Essas incluem:

Reavaliação do diagnóstico: a epilepsia pode ser confundida com outros distúrbios. Um diagnóstico preciso, com exames como eletroencefalograma (EEG) e ressonância magnética (RM), é essencial.

Ajuste de medicamentos: embora a epilepsia refratária envolva resistência a alguns medicamentos, é possível testar combinações ou novos fármacos que podem ser eficazes.

Dieta cetogênica: Uma dieta rica em gorduras e pobre em carboidratos demonstrou eficácia em reduzir crises epilépticas em alguns pacientes, especialmente crianças. Essa abordagem deve ser supervisionada por uma equipe médica.

Tratamento cirúrgico 

Quando os tratamentos conservadores não controlam as crises, a cirurgia pode ser uma alternativa eficaz. O objetivo é remover ou desconectar a área do cérebro onde as crises se originam. Entre os principais procedimentos estão:

Ressecção focal:

Indicado para pacientes com uma área específica do cérebro como foco das crises. Esse procedimento pode eliminar completamente as crises em muitos casos.

Hemisferectomia: 

Utilizado em casos graves que envolvem um hemisfério cerebral, como em síndromes específicas. Apesar de ser uma cirurgia extensa, muitas crianças apresentam melhora significativa na qualidade de vida e ficam sem crises imediatamente após a cirurgia.

Calosotomia : 

Indicado para epilepsias que envolvem crises generalizadas graves que geram quedas súbitas. A cirurgia desconecta parcial ou totalmente os hemisférios cerebrais para limitar a propagação das crises.

Estimulação cerebral profunda (DBS): 

Implantes no cérebro fornecem estímulos elétricos que ajudam a controlar a atividade epiléptica. É uma abordagem promissora para casos mais complexos de epilepsia multifocal. 

Estimulação do nervo vago (VNS):

Um dispositivo implantado no tórax envia impulsos elétricos ao nervo vago, ajudando a controlar as crises. Embora não elimine completamente a epilepsia, pode reduzir sua frequência.

A decisão pela cirurgia deve ser feita por uma equipe multidisciplinar, considerando os benefícios potenciais e os riscos envolvidos. Geralmente, exames de imagem avançados e monitoramento prolongado em vídeo EEG ajudam a localizar a origem das crises e determinar a viabilidade do procedimento.

Se você percebe que seu filho continua a ter crises epilépticas frequentes, mesmo com o uso de medicamentos, é essencial buscar orientação de um neurocirurgião pediátrico. A epilepsia refratária exige uma abordagem especializada para evitar impactos duradouros no desenvolvimento da criança. 

O diagnóstico e o tratamento adequados são essenciais para melhorar a qualidade de vida da criança e de sua família. 

Por isso, não espere. Agende hoje mesmo uma consulta  para discutirmos as melhores opções de diagnóstico e tratamento. Juntos, podemos encontrar o caminho para uma vida mais saudável e plena para seu filho.

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